terça-feira, 8 de setembro de 2009

FALANDO DE DEPRESSÃO


Quem não conhece aquele tipo de pessoa que parece estar sempre de baixo astral, que não tem pique pra nada, é irritada, não se concentra e reclama de tudo?

Pessoas que apresentam essas características, muitas vezes são taxadas injustamente de mal humoradas, irresponsáveis ou preguiçosas. Todos nós temos momentos assim, mas quando esses sinais se tornam muito freqüentes, podemos estar diante de um quadro de depressão.
O quadro sintomático da Depressão vai de um mero sentimento de abatimento até uma perda real do sentido da vida e da motivação para viver, muitas vezes acompanhada de apatia absoluta e de outros sintomas: sentimentos intensos de angústia ou vazio; interesse ou prazer acentuadamente diminuídos; insônia ou hipersonia; agitação ou retardo psicomotor (sensações de inquietação ou de estar mais lento); fadiga ou perda de energia; sentimento de inutilidade ou culpa excessiva ou inadequada; capacidade diminuída de pensar ou concentrar-se; indecisão; pensamentos de morte recorrentes; prejuízo no funcionamento social ou ocupacional; falta de apetite; dores de cabeça; taquicardia, descontrole menstrual nas mulheres e queda do nível de energia.
Falando de depressãoDiante desta realidade, podemos nos analisar: a depressão se constitui como um dos maiores problemas psicopatológicos atuais. O que leva o ser humano a entrar num estado depressivo, perdendo até mesmo o sentido de sua vida? Vivemos em um mundo que cada vez se preocupa menos com a essência do ser humano. O sistema capitalista e a vida corrida afasta a cada dia o ser humano de sua interioridade. Olhando para esta realidade, a psicologia junguiana, aborda o fenômeno da depressão ligada à alma, não no sentido cartesiano da palavra, contrária ao corpo, mas como a essência do humano. Será que o tratamento que a alma tem recebido em nossa civilização, nos últimos anos, tem alguma relação com esse fenômeno epidemiológico da depressão?
Um dos sintomas mais característicos da depressão é o estado de desânimo. A palavra latina anima significa alma, portanto, alguém des-animado é alguém des-almado, alguém empobrecido ou debilitado em sua faculdade imaginativa ou na sua essência. Assim, o tédio e a desanimação, próprios da depressão, parecem apontar para a carência ou o aprisionamento da imaginação, do vigor e da criatividade, em nossas vidas esvaziadas de anima. No entanto, esses aspectos, bem como a forma de lidar com eles, serão aprofundados na próxima edição deste jornal.

Irmã Ana Silvia de Andrade
Franciscana do Coração de Maria - Psicóloga

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